terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ruínas


Se é sempre Outono o rir das Primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!

E deixa sobre as ruínas crescer heras,
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino das Quimeras!

Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais alto do que as águias pelo ar!

Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar.

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

2 comentários:

Ricardo disse...

Fantástico! o poema e a foto...

Anónimo disse...

Bem bonito e bem lindo...

Quem tem jeito tem jeito...

Não é preciso dizer mais nada...

DÚVIDAS!?!